reconhecida internacionalmente e aceite na área das Bibliotecas e Ciência da
Informação. É neste contexto, que Roswitha Poll e Peter te Boekhorst publicam, em
2007, a segunda edição revista e alargada, intitulada Measuring Quality.
Em 1999, surgiu o projecto LibQUAL+ que foi desenvolvido por uma parceria
entre a Association of Research Libraries e a Texas A&M University. A metodologia
LibQUAL+ alicerçou-se no modelo SERVQUAL (PARASURAMAN et al., 1985). Na
actualidade, este projecto exibe uma extraordinária dimensão e já foi testado com
600.000 usuários, em mais de 800 instituições, em várias línguas, nos seguintes
países: Estados Unidos da América do Norte, Canada, Austrália, Reino Unido,
França, Irlanda, Holanda, Suíça, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia, Egipto,
Emiratos Árabes Unidos e África do Sul (THOMPSON, KYRILLIDOU, COOK, 2008).
A metodologia LibQUAL+ tem dado lugar à fundamentação de algumas
investigações em Portugal e no Brasil. Um projecto consolidado, inspirado no
modelo SERVQUAL e no LIBQUAL+ é sem dúvida o Programa de Avaliação da
Qualidade de Produtos e Serviços do Sistema Integrado das Bibliotecas da
Universidade de São Paulo (2009) desenvolvido, desde 2000, por um grupo de
bibliotecários no Brasil.
Lancaster (1993) afirmou que era excepcionalmente difícil, senão quase
impossível, traduzir em termos monetários os benefícios dos serviços de uma
biblioteca. No entanto, Hider (2008) refere que nas últimas décadas identificaram-se
“correntes” de avaliação de bibliotecas com enfoque na quantificação do benefício
do usuário final. Este autor explica ainda que os estudos evoluíram no sentido de
encontrar novos caminhos pelos quais a organização beneficie com os serviços de
informação. Adjacente a esta ideia, emergiram investigações para determinar o valor
económico, em termos monetários, dos serviços prestados pelas bibliotecas
recorrendo a um modelo económico o Método de Avaliação Contingencial (MAC)
com o objectivo de estimar a razão Custo/Benefício.
Murgai e Ahmadi (2007) se referem a estudos de Tenopir, 1991-2000, e
argumentam que "as suas investigações indicam que as bibliotecas adoptaram pelos
serviços digitais para as fontes de informação a um ritmo acelerado, devido à
disponibilidade da Internet, em especial a World Wide Web”. Os recursos digitais
transformaram completamente os serviços das bibliotecas universitárias. Esses
autores enfatizam a relevância de colectar e reportar estatísticas para acreditação,
comparação e obtenção de boas práticas.
Segundo Noonan (2003), o "Método de Avaliação Contingencial (MAC) tem
sido cada vez mais aplicada aos recursos culturais" e, portanto, ele é um candidato
natural para estimar o valor monetário dos serviços das bibliotecas. De facto, na
última década, alguns autores recorreram ao Método de Avaliação Contingencial
para valorar em termos monetária os serviços das bibliotecas (HOLT; ELLIOTT;
MOORE, 1999; MCDERMOTT, 2002; MORRIS; SUMSION; HAWKINS, 2002; HOLT;
ELLIOTT, 2003; BRITISH LIBRARY, 2004; BARRON et al., 2005; AABø, 2005a;
MORRIS; AYRE; JONES, 2006; ELLIOTT et al., 2007; HIDER, 2008), por exemplo
das bibliotecas públicas (HARLESS e FRANK, 1999; MELO e PIRES, 2010) das
bibliotecas académicas, (CHUNG, 2007) e das bibliotecas especializadas.