O ESQUECIMENTO NO CIBERESPAÇO:
UM NOVO ENIGMA PARA OS ESTUDOS SOBRE MEMÓRIA
NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Adriana Buarque de Holanda, Murilo Artur Araújo da Silveira2
1Mestranda, Universidade Federal de Pernambuco - Mestrado em Ciência da Informação, Recife,
Pernambuco
2Professor, Universidade Federal de Pernambuco - Departamento de Ciência da Informação, Recife,
Pernambuco
Resumo
Descreve o panorama dos temas memória e esquecimento em periódicos brasileiros em
Ciência da Informação presente no WebQualis da CAPES. Conceitua os termos memória e
esquecimento e os procedimentos metodológicos adotados pela pesquisa. Apresenta os
resultados parciais dos periódicos que abordam as temáticas memória e esquecimento. O
número de periódicos que abordam as temáticas proposta pela pesquisa são doze, mas se
evidencia a ausência de outros tidos como importantes para a Ciência da Informação.
Palavras-Chave: Memória; Esquecimento; Ciência da Informação; Periódicos científicos;
Brasil
Abstract
It describes the prospect of memory and forgetting issues in Brazilian journals regarding
Information Science on the WebQualis CAPES. It conceptualizes the terms memory and
forgetting and methodological procedures adopted by the survey. It presents the partial
results of the journals that address the issues memory and forgetting. The number of journals
that address the themes proposed by research are twelve, but it highlights the lack of others
taken as relevant to Information Science.
Keywords: Memory; Forgetting; Information Science; Scientific Journals; Brazil
1 Introdução
Na Ciência da Informação (CI), adota-se a idéia de memória organizacional
como práticas de preservação e descarte nos processamentos da informação,
baseadas em políticas organizacionais. Ao seu turno, na Biblioteconomia a
preservação da memória está associada às tarefas de desinfecção, restauração e

conservação de documentos considerados de importância histórica. Para Jardim
(1995, p. 1), “diversos termos tendem a ser associados à memória: resgate,
preservação, conservação, registro, seleção; sendo a categoria preservação a mais
utilizada”.
Apesar da memória organizacional ser uma ampla metáfora que atribui visão
organizacional à vida, na CI, está vinculada diretamente às práticas de gestão
documental. “Desde sua concepção, os museus, as bibliotecas e os arquivos foram
considerados como lugares da memória da humanidade, pelo qual, a perspectiva da
memória é vista como preservação (...)”. (MONTEIRO, 2009, p. 1) Desta forma, a
memória como objeto de luta das forças sociais é constantemente substituída pelo
pragmatismo da memória arquivística.
As novas tecnologias geram uma série de novos produtos e serviços de
informação e isto é um ponto nevrálgico para a CI. A relação entre o homem e as
tecnologias ainda é a questão mais contundente neste campo disciplinar, que faz um
movimento oscilatório entre o tecnológico e o humano, sem perceber qual é o
equilíbrio necessário. Le Goff citado por Monteiro (2009, p.7) coloca que a escrita
ocasiona uma “profunda transformação da memória coletiva”. Com a palavra escrita,
fixada e materializada no objeto semântico livro, a tendência é a de maior
preservação da memória (ou menor esquecimento) do que as sociedades clássicas
conseguiram se utilizando da retórica e da oratória. Com o livro, o leitor tem acesso
à memória coletiva, parte de um processo de disseminação das memórias de outros
indivíduos.
Entretanto, em um período bastante posterior à aparição da escrita e mesmo
com o advento e a popularização do uso da Internet, os estudos sobre os ambientes
digitais da informação sublinham o fato de que a questão do esquecimento torna-se
ainda mais perceptível. Pelas características intrínsecas ao ciberespaço, como o
ritmo acelerado de produção e disponibilização de informações nesse meio, a
memória, entendida como preservação, não é um fator essencial, nem garantido. A
narrativa hipertextual não linear, operando por saltos espaciais e temporais, tende a
fragmentar a evocação do passado na contemporaneidade. A memória mantém-se

em estado virtual, atualizada segundo demandas e interesses do presente, muitas
vezes efêmeros.
As tecnologias da informação e comunicação permitem várias possibilidades
de pesquisa na área de CI, incluindo a memória e, por conseguinte, o esquecimento.
Assim como os conceitos de informação e de memória, o conceito de esquecimento,
por estar vinculado aos estudos sobre memória, também possui diversas
transversalidades e conotações. “O esquecimento se faz presente na memória, seja
esta biológica ou técnica, e, embora a área de Ciência da Informação objetive
preservar a memória, o esquecimento, de qualquer forma, está inserido na memória
preservada pela área.” (MONTEIRO, 2009, p. 3). O esquecimento pode apresentar-
se como lapso ou manipulação da memória, tanto individual quanto social, tanto
natural quanto artificial, sendo uma questão vital para a memória humana para que o
indivíduo não se sobrecarregue de informações; tão natural quanto lembrar, é
esquecer-se.
Estudos em mídias digitais tendem a fortalecer a idéia de uma maior
abstração do conceito de informação, percebendo-a como um elemento menos
estático, podendo ser reinterpretada e reinventada e, cada vez mais, os suportes
virtuais vão suplantando os suportes físicos de informação. A informação produzida
e disseminada através da Internet pode gerar a desarmonia e o isolamento entre os
vários atores envolvidos neste processo. A exposição das opiniões dos internautas
certamente sugere uma maior democratização da informação. Contudo, a questão
com a qual a CI deve lidar é: em que medida existe a preocupação com a
preservação da memória neste ambiente virtual?
Assim, este trabalho objetiva apresentar um breve panorama sobre os temas
memória e esquecimento, tendo como foco os periódicos científicos na área de
Ciências Sociais Aplicadas (CSA) presentes no Portal Qualis da Capes
(http://qualis.capes.gov.br), do período de 1998 à 2008, em que tais temas podem
ser recorrentes. Trata-se de parte de uma pesquisa de Mestrado em andamento.
Portanto os resultados demonstrados são parciais.

2 Revisão de Literatura
Para a compreensão dos diversos conceitos de memória e esquecimento, será
fundamental uma leitura crítica dos autores que se dedicam à pesquisa sobre estes
temas. Tais autores são tanto da área de CI quanto de outras áreas das ciências
humanas e sociais, e os historiadores têm se destacado por sua contribuição na
compreensão e construção de conceitos sobre memória nos domínios da CI. É
importante enfatizar a afirmação de Monteiro (2009) de que são raros os trabalhos
de pesquisa na área CI sobre o esquecimento e que é desafiadora a tarefa de se
debruçar sobre este tema. Entretanto já é possível visualizar alguns autores que,
correntemente, na área das Ciências Sociais Aplicadas têm contribuído para o
desenvolvimento dos estudos sobre memória/esquecimento.
Halbwachs (2004) investigou as condições sociais da memorização sobre o
prisma dos estudos em história social, desenvolvendo a idéia da coesão social por
adesão afetiva, que prevê a interação entre indivíduos através dos grupos sociais a
que pertencem, os quais podem se utilizar de processos de recuperação de sua
memória, mesmo que isto não seja de interesse da coletividade dominante num
dado contexto histórico e social. Outra contribuição para os estudos sobre memória
é trazida por Jacques Le Goff (2003), que explora o aparecimento da escrita,
colocando o documento no alvo dos estudos sobre memória, compreendendo-o
como um monumento que permite a interpretação de fatos e dados históricos.
Monteiro, Capelli e Pickler utilizam-se largamente das idéias apresentadas por Le
Goff nos seus artigos que investigam o impacto do conceito de memória na área de
CI e aponta as contribuições de Le Goff para a Semiótica através da idéia de
representação de memória, respectivamente. Monteiro (2006) também percebe o
fator esquecimento como preocupante para os cientistas da informação,
especialmente no campo dos estudos sobre o ciberespaço, uma vez que produtor,
transmissor e receptor da informação se confundem e que, nesse processo e
ambiente, não há um planejamento que vise à recuperação da memória.
A questão da ausência dos mnemones em algumas sociedades para entender

os esquecimentos na história, é abordada por Pierre Nora (1993). Apresentando a
idéia de lugares da memória, o autor desenvolveu estudos que se destinam a
fornecer um inventário dos lugares e objetos (representações da memória) nos quais
se encarna a memória nacional francesa. Já Michael Pollack (1992) contrapôs o
tema da memória ao esquecimento, ao fornecer uma reflexão teórica sobre o
problema da identidade social em situações limites. Assim como Halbwachs (2004),
o autor focalizou seus estudos na história dos excluídos, refutou a idéia de
esquecimento como lapso no processo de registro da memória e apontou a elite
política dominante como causadora de um apagamento da memória destes grupos
minoritários.
Investigando o problema da conceituação dos termos informação e
documento, Birger Hjorland (2001) questiona quais as orientações teóricas têm
dominado a área da CI e qual é a incidência da recente influência de uma
epistemologia orientada pelas ciências humanas e sociais, recomendando “uma
abordagem com ênfase nos documentos que exploram o conceito de instituições de
memória, como termos genéricos para o objeto de estudo”. Essa idéia, aplicada aos
temas de memória e esquecimento, é o que norteará o desenvolvimento deste
trabalho.
3 Materiais e Métodos
Os procedimentos metodológicos adotados pretendem destacar quais são os
referenciais teóricos sobre memória e esquecimento que estão presentes na área de
CI, observando a relação entre os temas informação, memória e esquecimento. Para
alcance dos objetivos, optou-se pela análise de conteúdo como método,
caracterizando-se como uma pesquisa de perspectiva exploratória, descritiva e
bibliográfica.
A análise de conteúdo é um método de análise textual, que embora culmine
em descrições quantitativas de conteúdos do corpus do texto, a atenção é dada às
idéias contidas no texto e não especificamente às palavras, podendo, ainda,

identificar interações entre outros conteúdos textuais. Para Ander-Egg citado por
Laville (1978, p. 199), deve-se estabelecer o elemento básico da investigação,
podendo-se realizar a análise de conteúdo tanto através da averiguação geral de
todos os termos, vocábulos e palavras-chave presentes no corpus, quanto por meio
de proposições, afirmativas ou sentenças sobre determinado assunto.
Neste caso, o elemento básico da investigação será o uso das palavras-chave
Ciência da Informação, Informação, Biblioteconomia e Documentação, tendo como
fonte de pesquisa o Portal de Periódicos da Capes. Desta forma será possível a
identificação de quais conceitos de memória e esquecimento que estão presentes
nos artigos utilizados nas etapas anteriores, são relevantes para a construção de um
referencial teórico no campo da CI.
As etapas da pesquisa foram:
1) Acesso ao portal de periódicos qualis da CAPES;
2) Busca aos periódicos indexados na área de Ciências Sociais Aplicadas do
WebQualis;
3) Busca aos periódicos pelas palavras-chave: Ciência da Informação,
Informação, Biblioteconomia e Documentação;
4) Agrupamento dos títulos encontrados, excluindo as duplicatas e dos
formato;
5) Acesso aos sites dos periódicos para verificação dos objetivos e/ou
descrição dos mesmos;
6) Busca nos campos de palavras-chave e título pelas palavras-chave:
Memória e Esquecimento.
4 Resultados Parciais/Finais
Os resultados obtidos após as buscas pelos termos são apresentados pelo
Quadro 1.

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O quadro evidencia que o termo Informação trouxe 19 periódicos científicos da
Base WebQualis, mostrando ser o mais indexado. Os termos Ciência da Informação,
Biblioteconomia e Documentação apresentaram poucos periódicos em sua resposta,
evidenciando baixa revocação. Registra-se ainda que todas as respostas trazem os
termos que foram buscados, deixando a dúvida se estes periódicos são indexados
pela base.
Dos periódicos respondidos, 17 títulos não pertencem ao núcleo da CI,
colocando em xeque, mais uma vez, os procedimentos de indexação. Verifica-se a
resposta de 15 periódicos que pertencem ao campo da CI, entre títulos correntes e
que cessaram. Percebe-se ainda a ausência de alguns periódicos importantes como
Datagramazero, Em Questão, Encontros Bibli.
Após a análise de conteúdo às 32 coleções dos periódicos localizados, foram
coletados 12 títulos que abordam a temática memória e esquecimento, conforme
sinaliza o Quadro 2:
Quadro 2: Periódicos Científicos que abordam o tema Memória e Esquecimento.
Títulos
Formato dos títulos
Ciência da Informação
Impresso
Perspectivas em Ciência da Informação
Impresso
Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia
Impresso
Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação
Digital
Informação & Sociedade
Impresso e Digital
Informação & Informação
Impresso e Digital
Transinformação
Digital
Gestão da Informação
Impresso
Comunicação & Informação
Impresso
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação
Impresso
Cadernos de Biblioteconomia, Arquivística e Documentação
Impresso
Revista de Biblioteconomia e Comunicação
Impresso
5 Considerações Parciais/Finais
Apesar deste aparato teórico baseado em autores de reconhecida influência
para o desenvolvimento de pesquisas sobre a memória, a CI insiste em remeter o
tema à prática profissional e, mais precisamente, à atividade de preservação,

preocupando-se com o futuro dos arquivos (físicos) mediante o impacto das novas
tecnologias de informação.
Após a análise dos resultados parciais, coloca-se que a Base WebQualis
mostra deficiências na indexação, impossibilitando uma recuperação eficaz dos
periódicos constantes frente aos termos formulados por esta pesquisa. Tal afirmação
se fundamenta na ausência de periódicos importantes e que compõe o núcleo
temático de qualquer pesquisa em CI.
Coloca-se, por fim, que os resultados são parciais e que o projeto maior se
propõe a identificar e nomear referências documentais e teóricas na CI sob a égide
dos temas da memória e do esquecimento. Portanto, é importante manter a crítica
que se baseia no desligamento teórico da CI com a Biblioteconomia, Arquivologia ou
Documentação tradicionais, com vistas à afirmação da CI como uma ciência que se
insurge no ambiente da pesquisa científica.
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