(DREYFUS, 2001).
Produto da segunda metade do século XX, a internet surge para o grande
público em finais da década de 1980. De acordo com Pierre Levy (2000), foi por
essa época que as grandes metrópoles e os campi americanos viram nascer "um
movimento sócio-cultural" que espontânea e imprevisivelmente "impôs um novo
curso ao desenvolvimento técnico-econômico" configurando a "infra-estrutura do
ciberespaço, novo espaço de sociabilidade, de organização, de transação, mas
também novo mercado da informação e do conhecimento" (LEVY, 2000, p.32). Nesta
perspectiva, a internet tem sido considerada como o grande marco da última
revolução assistida pela humanidade, a “revolução da informação” e para muitos
vem se constituindo como “o tecido de nossas vidas” (CASTELLS, 2003).
Comparada, em sua magnitude, as transformações operadas pela Revolução
Industrial, a revolução propiciada pela disseminação dos computadores pessoais e
da internet vem, de acordo com uma leitura quase que consensual, produzindo
profundas modificações que perpassam todas as esferas da vida do homem, indo
desde a organização política e econômica à organização do dia-a-dia e da
subjetividade. (ZAREMBA, 2006; NICOLACI-DA-COSTA, 1998, 2006)
A partir de meados da atual década surge uma nova categoria para assinalar
as mudanças que a internet traz para a vida social, a chamada web 2.0. De acordo
com Maness (2007), a noção “foi primeiro comunicada, conceitualizada e tornada
popular por Tim O’Reilley e Dale Dougherty (...) para descrever as tendências e
modelos de negócios que sobreviveram ao ‘crash’ do setor de tecnologia dos anos
90” (MANESS, 2007) e que tinham por característica comum o fato de serem
colaborativas. Surgem então as ferramentas da web 2.0 e a noção da web como
plataforma. Estas ferramentas facilitam a colaboração e a comunicação entre os
usuários, estimulam a participação e a criação de conteúdos, e possibilitam o
surgimento e a disseminação das redes sociais. Tais ferramentas vêm sendo
fortemente utilizadas por bibliotecários e por bibliotecas, particularmente as
bibliotecas e bibliotecários da América do Norte e da Europa Ocidental. Entretanto,
ao voltarmos o nosso olhar para as bibliotecas brasileiras, e no caso desta