DESIGN EM BIBLIOTECAS DIGITAIS: UM NOVO PARADIGMA
DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO NA WEB 2.0.
Maikon Linhaus (1)
Elias de Oliveira (2)
RESUMO
Este artigo consiste em uma proposta de design de bibliotecas digitais centrado
no usuário e não na coleção, Ferreira (1997). Quando se falam de desafios na
construção de bibliotecas digitais, Cunhas (1999), em grande parte os aspectos
estudados são instalações físicas; aquisição, desenvolvimento de coleções e
comutação bibliográfica; catalogação, classificação e indexação; referência;
preservação e tecnologia.
O objetivo principal deste artigo e analisar o usuário, suas necessidades, e
também uma forma de evolução das atuais bibliotecas digitais existentes, colocando
em evidência desde o projeto de sua interface até serviços que esta poderá vir a
oferecer. Colocando em cheque a evolução da Web e a mudança de conceito para a
chamada “web 2.0”.
Palavras chaves: Biblioteca digital, Design instrucional, Web 2.0, Colaboração,
Ciência da Informação.
ABSTRACT
This article consists of a proposal of digital libraries design centered in the user
and not in the collection, Ferreira (1997). When they talk about challenges in the
construction of digital libraries, Cunhas (1999), in large part the studied aspects are
physical installations; acquisition, collections development and bibliographical
commutation; cataloguing, classification and indexation; reference; preservation and
technology.
The main objective of this article is to analyze the user, its necessities, and also
an evolution way of the current existing digital libraries, placing in evidences from the
project of its interface till the services that this will be able to come to offer. Putting in
check the evolution of the web and the concept change for the called “web 2,0”.
Words keys: Digital Library, Instruction Design, Web. 2.0, Contribution,
Information Science.

1. Introdução
Bibliotecas Digitais são os mais complexos sistemas de informação. O
campo prático de pesquisa das bibliotecas digitais é multidisciplinar e envolve
vários campos do conhecimento, que vão desde o gerenciamento das bases de
dados, a distribuição dos sistemas, recuperação da informação, ciência da
informação e serviços multimídia. Gonçalves (2001).
De um tempo pra cá as novas tecnologias têm invadido e revolucionado
praticamente todos os campos do conhecimento humano. Apesar de algumas
pessoas ainda verem a biblioteca como um lugar estático, a historia nos mostra
que nesse local as novas tecnologias sempre encontraram seu espaço.
Conforme Cunha (1999):
[...] As tecnologias da imprensa, maquina de escrever, telefone, telex, mimeógrafo,
microfilme, cartão perfurado nas margens, computador, disco ótico e redes eletrônicas
afetaram e alteraram a biblioteca ao longo do tempo.
Algumas dessas tecnologias, tais como o microfilme e o disco ótico, tiveram suas
primeiras aplicações testadas dentro de uma biblioteca.
Ainda hoje podemos dizer que as bibliotecas físicas estão começando a
trabalhar com material digital. Muitas estão apenas utilizando a Internet e
disponibilizando e-books –livros em formato digital, para uso de seus usuários.
Os catálogos e o gerenciamento das bibliotecas têm se tornado cada vez mais
eletrônicos e as bibliotecas estão se fazendo cada vez mais presentes na
Internet.
O conceito de design de biblioteca digital ainda está muito arraigado ao
que hoje conhecemos da biblioteca física. Principalmente no que se refere às
limitações físicas e de tempo dessa última. Um novo paradigma precisa ser
pensado e introduzido para que a biblioteca sem papel possa, de fato, ganhar a
vida digital para a qual ela foi, inicialmente, concebida, a tecnologia nos permite
uma evolução nos serviços de uma nova biblioteca digital.
Se pararmos para perceber, nos últimos anos, a própria Web evolui nos
seus serviços, essa evolução se da devido aos seus próprios usuários que
passaram a contribuir com informações gerando assim a chamada “inteligência
coletiva”. Sendo assim, muitos estudiosos atribuíram o surgimento de um novo

conceito; a Web 2.0. Através de afinidades, diversos usuários podem interagir e
trocar experiências positivas e negativas, a Web nos últimos anos tem
proporcionado essa experiência, muitos serviços dos quais conhecemos hoje
se utilizam dessa plataforma, onde os próprios usuários colaboram entre si. A
biblioteca digital é um local que deve propiciar esse tipo de interação entre
usuários.
Esse artigo visa provocar reflexões e propostas concretas, à luz da
literatura interdisciplinar nesse assunto, do que possa vir a ser essa nova
biblioteca sem matéria, dinâmica, pessoal e onipresente.
Na primeira seção é abordado o que já existe na rede relacionado a
bibliotecas digitais, na segunda seção uma breve explicação do que é a Web
2.0 e apresentaremos novas propostas, integrando diferentes conceitos e
possíveis aplicações em serviços, na seção 3 conclusões e expectativas para o
futuro.
2. Dois exemplos de bibliotecas digitais
No passado, bibliotecas eram instituições que organizavam e mantinham
coleções e proviam serviços de suporte para essas coleções. Hoje, elas estão
vislumbrando um futuro muito diferente (FALK, 2003), e o crescente interesse
pelo tema Bibliotecas Digitais é uma prova disso.
Hoje no Brasil e no mundo existem diversos sistemas de bancos de
dados que segundo a literatura, a maioria não pode ser considerada uma
biblioteca digital, pelo motivo de apenas serem bancos de informações
estáticos, onde o usuário tem apenas acesso a informação, não existe nenhum
outro tipo de serviço a mais que uma verdadeira biblioteca digital deva
oferecer.
Existem bibliotecas digitais com variados tipos de assuntos, com um
nicho de usuários bem amplos, como é o caso do Domínio Público que iniciou
as atividades em novembro de 2004. É um ambiente virtual que permite a
coleta, integração, preservação e compartilhamento de “conhecimentos”, sendo
seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias,
artísticas e científicas em vários tipos de mídias, como textos, sons, imagens e
vídeos. O acesso para consulta ao acervo pode ser feito por critérios tabelados

(mídia, categoria, autor, título e idioma), nome do autor e até busca por
conjunto de caracteres, que permite a pesquisa por palavras.
O exemplo da biblioteca digital pode ser visto como uma biblioteca bem
ampla, com diversos tipos de informações, como já foi mencionada
anteriormente. Mas também existem bibliotecas voltadas para um determinado
tipo de assunto, são varias existentes no país hoje, e também sistemas
internos de bibliotecas digitais, principalmente em instituições de ensino. Um
exemplo de uma biblioteca mais especifica, é a biblioteca digital Paulo Freire. O
objetivo principal é de disponibilizar, em formato digital, o acervo concernente à
vida e obra do pensamento de Paulo Freire.
Os dois exemplos usados à cima, servem para ilustrar e exemplificar a idéia
principal deste artigo, a evolução de uma biblioteca digital, são uns dos sites de
bibliotecas digitais mais populares do Brasil, elas serviram de background para
a nossa avaliação e percepção.
Usar o site da biblioteca do Governo Federal como exemplo coloca mais
uma vez em evidência o que já foi dito antes no inicio desta seção. As
bibliotecas digitais não deveriam apenas oferecer as obras para seus usuários,
mas também aumentar o numero de serviços, assim como é a proposta deste
artigo. A biblioteca do governo federal não pode ser considerada uma biblioteca
digital se olharmos para citações da literatura. Ela pode ser classificada apenas
como um banco de dados on-line.
Apesar de ser chamado de biblioteca digital, o site Domínio Público ainda
esta muito longe de poder ser considerado como tal. O mesmo pode ser dito a
biblioteca digital Paulo Freire.
2.1 Uma biblioteca digital para um mundo digital
Para Pierre Levy, a digitalização significa transformar algo do meio
analógico para o meio digital, criando números binários. Números esses que os
computadores conseguem codificar.
Segundo Tammaro e Salarelli, uma das melhores definições de biblioteca
digital foi formulada pela comunidade de pesquisadores sobre biblioteca digital

e empregada no Workshop on Distruibuted Knowledge Work Environments em
Santa Fé (EUA), em 1997:
[...] o conceito de biblioteca digital não é simplesmente o equivalente de uma coleção
digitalizada dotada de instrumentos de gestão da informação. É, antes, um ambiente
que reuni coleções, serviços e pessoas para apoiar todo o ciclo vital de criação,
disseminação, uso e preservação de dados, informação e conhecimento.
Esta definição, surgida no mundo da ciência da informação, identifica três
componentes essências da biblioteca digital: a coleção, os serviços de acesso
e o usuário do serviço, no espaço que a biblioteca digital procura organizar.
Na grande rede de alguns anos pra cá, esse tipo de serviço já vem
acontecendo. Alguns sites são apontados hoje por estudiosos do assunto como
similares ou concernentes ao conceito de Web 2.0. Um exemplo bem típico é o
site de compras de livros amazon.com, onde usuários podem trocar
experiências sobre os produtos. Algumas comunidades on-line trocam
experiências, participantes se encontram através de afinidades, que graças
clusterização podem interagir e se encontrar no ciberespaço. Através de uma
interface, os usuários conseguem descobrir outros usuários que contem
características parecidas, podem trocar experiências e assim comutam e
ajudam a si próprios desenvolvendo a informação de uma maneira
participativa. Esse é o novo papel da biblioteca digital, propiciar essa nova
experiência de trocas entre os usuários para que essa não venha a sucumbir e
ficar defasada diante dos novos serviços da Web.
2.1.2 A Web 2.0
Nos últimos anos o termo Web 2.0 tem sido muito usado na internet, ate
mesmo serviços que não oferecem ou não usam deste conceito estão se
apropriando do termo apenas para agregar valor em seus serviços. Muitas
empresas usam esse termo apenas como palavra chave de marketing, há
também especialistas que não acreditam que a Web 2.0 realmente exista,
outros acreditam que ela sempre existiu e agora esta sendo usada apenas para
agregar valor as serviços oferecidos na internet como é o caso do ensaísta
Edgar Gibrá, no seu ensaio “Web 2.0 desmistificada”, onde ele relata que a

Web 2.0 é um “meme” que traz em si uma estratégia velada e bem
engendrada, a qual precisa ser discutida e desmistificada.
O conceito de Web 2.0 é um fato, se observarmos a evolução da internet
desde os anos 90 ate os nossos dias, entenderemos melhor essa idéia. Basta
observarmos como eram os serviços disponíveis para os usuários.
Abaixo é possível visualizar um diagrama que explica bem essa mudança de
serviços relacionados à Web.
Web 1.0
Web 2.0
DoubleClick - - > Google AdSense
Ofoto - - >
Flickr
Akamai - - >
Bit Torrent
mp3.com - - >
Napster
Britannica Online - - >
Wikipedia
Sites pessoais - - >
blogs
Evite - - >
upcoming.org e EVDB
Especulação com nomes de domínio - - > otimização para ferramenta de busca
page views - - > custo por clique
“Screen scraping” - - > serviços web
Publicação - - >
participação
Sistemas de gerenciamento de conteúdo - - >
wikis
Diretórios (taxonomia) - - >
tags (“folksonomia”)
stickness - - > syndication
2.1.2 Novos conceitos e serviços para uma biblioteca digital.
Estamos vivenciando já alguns anos uma mudança da cultura analógica
para cultura digital, onde essa mudança transforma a relação trabalho-
educação, como é citado em SILVA (2006), através dessa mudança vivemos
diante de um novo ethos ético e sóciopolítico, inserido “espírito do nosso
tempo” (zeitgeist). Vive-se hoje no que é denominado sociedade da
informação, mais precisamente baseada em rede digitais, ou sociedade do
conhecimento que privilegia o saber perante o fazer, as bibliotecas digitais
podem ser inseridas nessa esfera de rede social de produção e conhecimento
mutuo o que Pierre Levy cita como a “inteligência coletiva”, onde os próprios
usuários constroem as informações de maneira participativa.

As bibliotecas digitais devem caminhar junto com as mudanças que o
ciberespaço sofre a cada dia, os profissionais que forem projetar as novas
bibliotecas não devem levar em consideração apenas esses fatores, mas
também as tendências que essas mudanças podem provocar no mercado da
informação e alteração nas relações sociais dos usuários da biblioteca.
Urs (2002) relaciona alguns fatores que devem ser considerados, como
o exemplo abaixo extraído do livro “Bibliotecas Digitais (Saberes e Praticas)”
2006:
• Aos olhos dos clientes (usuários) as bibliotecas no ciberespaço são apenas
mais um fornecedor no mercado da informação;
• Há muita oferta de recursos e serviços de informação nesse mercado;
• Há grande fragmentação desse mercado;
• As mudanças tecnológicas são mais rápidas do que se pode imaginar;
• As demandas e expectativas dos clientes (usuários) crescem a cada dia;
Cada vez mais, ampliam-se as necessidades de oferecer serviços de
informação de valor agregado.
Auto-organização para cada usuário
Para cada usuário uma auto-organização, através de mecanismos o
usuário poderá organizar suas estantes de informação da maneira que achar
melhor. As bibliotecas são dividas em áreas especificas, existe uma divisão
para cada área do conhecimento. Como foi informado antes, sabemos que a
digitalização trouxe para o ciberespaço uma infinidade de informação da qual é
praticamente impossível classifica - lá e administra - lá sem a ajuda de
programas co-relacionados a esse tipo de função. O usuário da biblioteca desta
vez poderá organizar do seu jeito, poderá saber como ele organiza a sua
informação, poderá marcar os textos do qual ele esta lendo, assim também
como o que ele deseja ler e ainda o que não leu. Esse é o conceito de
“Organização” que a biblioteca digital oferecerá ao seu usuário. Uma forma de
poder administrar toda a sua informação em uma biblioteca digital na Web.
A idéia é que as informações fiquem ajustadas da seguinte maneira,
como por exemplo; Na parte esquerda ficara os livros relacionados à área de
conhecimento do usuário, usando como exemplo um aluno de um curso de
Farmácia. Do lado esquerdo estarão ajustados os livros do qual ele já escolheu
relacionados à Farmácia, eles apareceriam diferenciados, podendo ser na cor,

no tamanho (usando alguma técnica de infografia), essa seria a prateleira da
esquerda. Na parte direita, outra prateleira, com assuntos afins relacionados à
área de conhecimento deste aluno.
Este usuário poderá controlar a sua leitura, poderá também criar um
banco de dados na biblioteca dos livros que já leu, assim, poderá se organizar
para um determinado trabalho, exemplo: este aluno de farmácia fará um
trabalho sobre “O estudo das interações das substâncias químicas”, assim ele
terá que escolher um repertorio de livros para pesquisar. Serão livros tanto da
área de farmácia, quanto química, biologia e outros, ou seja, serão áreas de
diversos ramos do conhecimento. Ele poderá agora organizar os livros que ele
precisa nas estantes de sua biblioteca digital, sendo esses de áreas afins, ou
não, é exemplificado na Figura 1.
Isso o familiarizara com a idéia do produto, ele mesmo fará a sua
classificação da maneira que desejar, organizara a biblioteca com a sua
identidade.
Figura 1: Exemplo de um croqui simples de como seria a idéia.
Exemplo de uma metáfora para explicar o conceito: Na parte esquerda
da instante de livros que estão na cor verde que são livros da área de farmácia.
Já na parte direita livros que o usuário usa como áreas afins da área de
farmácia.
Individualização da interface de uma biblioteca digital
A biblioteca digital pode ser para cada usuário a sua cara, atender suas
necessidades informacionais, ter a sua identidade, como é mostrado nas
Figuras 2 e 3:

Figura 2: A visão do usuário de vermelho.
Figura 3: A visão do usuário de verde
Figuras 2 e 3: Metáforas de visões de uma mesma Biblioteca Digital por
dois usuários diferentes.
Disseminação da produção científica
Esse novo paradigma da Web nos nossos dias trouxe algo de
interessante, a fácil divulgação por parte das pessoas, seja para a
autopromoção ou apenas divulgar um produto, suas idéias ou outras coisas.
Antigamente havia apenas à televisão, impressos e o radio, essas mídias eram
bem restritas para divulgação a apenas uma parte dos usuários. Hoje em dia
isso mudou, é muito comum vermos pessoas utilizando da Web para a
divulgação, sendo uma rede social, através de sites de vídeo entre outras.
Na universidade por ano são produzidos diversos trabalhos pelos
alunos, desde pesquisas de extensão, produção de trabalhos práticos e
monografias (trabalho final de curso). Na universidade federal do Espírito Santo
(UFES), por exemplo, foi desenvolvida uma pesquisa que comprovou que 90%
dos cursos acadêmicos exigem um trabalho de conclusão de curso (TCC),
sendo que a maioria dos colegiados não possui biblioteca setorial, a pesquisa
revelou a carência de espaço para a guarda do material, e alguns colegiados
evidenciaram dificuldades com o destino dado aos TCC’s, e também a
preocupação por não disponibilizar de maneira adequada os mesmos para
utilização. O estudo comprovou que uma biblioteca digital de TCC servirá como
um dos suportes na provisão de informação dentro dos programas de ensino à
distância, contribuindo com o sucesso de uma universidade virtual. Na mesma
Universidade, alunos desenvolveram um site relacionado a este tipo de serviço.
Trata-se do site pensacom. O espaço destina-se a compartilhar a produção

acadêmica em Comunicação Social e Ciência da Informação assinada por
autores atuantes no Espírito Santo e Minas Gerias. Além de disponibilizar o
conhecimento produzido, o objetivo é incentivar novos estudos e consolidar um
locus de convivência e diálogo, por meio da construção de uma rede social
virtual.
Biblioteca digital como rede social
As tecnologias digitais criam novos caminhos para ligar pessoas com as
mesmas afinidades que antes estavam separadas geograficamente, por status
econômico e social, por etnia ou religião. Queremos aqui que a biblioteca digital
aprenda a tirar proveito das redes virtuais.
O mercado das redes digitais é ilimitado em alcance, riqueza e
relacionamentos. Espalha-se como fogo. Seu conteúdo e conexões crescem
exponencialmente, são infinitos em velocidade e fronteiras, e frequentemente
livres para utilização.
Dentro das universidades existe uma variedade muito grande de
pessoas, entre seus diversos alunos e professores, esses que produzem
diversos trabalhos, como foi mencionado, desde TCC a produções extra
classe. A idéia é que a biblioteca não seja apenas um local de repositório de
conteúdo, como acontece nas bibliotecas digitais existentes, mas sim também
que possa haver uma integralização e colaboração dentro dessa nova rede.
Usando como exemplo a vida na academia, um aluno do curso de Design
desenvolve um trabalho acadêmico, uma nova interface de um sistema para a
universidade, esse aluno constrói o conceito e a interface do sistema. Todavia,
esse aluno não tem conhecimento para desenvolver os códigos de
programação, ele postará seu trabalho na biblioteca digital, através dos
clusters, o sistema reconheceria a afinidade do trabalho do aluno de design
com um aluno de Ciência da Computação, por exemplo. Assim esses poderiam
trocar experiências e um ajudar o outro na elaboração de seus projetos, esse
exemplo pode acontecer também em outras situações. O conceito principal
para este serviço é a colaboração entre os usuários da biblioteca digital.
Acredita-se que levar esse conceito para dentro da biblioteca pode
ajudar a fomentar a produção de trabalhos e a integração entre seus

produtores, a troca de informação e a junção de saberes diferenciados por
departamentos, mas incluídos por afinidades.
3. Conclusão e expectativas para o futuro.
Podemos concluir que a evolução das Bibliotecas Digitais é mais que
contundente para seu sucesso e permanência como objeto de ensino seguro e
acessível a todos. Seguir as novas tendências do mercado, crescer junto com
os usuários, do qual evoluem cognitivamente em uma rapidez incrível. A
melhora em todos os campos da biblioteca digital é algo que deve acontecer
imediatamente, um local consistente, amigável onde o usuário possa de fato se
sentir dentro de uma verdadeira biblioteca digital.
A análise e as construções desses locais não devem ser feitos apenas
por profissionais da biblioteconomia, arquivologia, mas sim deve haver uma
integração maior de profissionais de áreas afins, como profissionais da
computação, do design, do marketing, da antropologia entre outras, para que
se possa haver uma analise muito mais minuciosa, não apenas a preocupação
com a estrutura tecnológica, mas, antes de tudo a preocupação com o usuário.
Saber como esse novo usuário se comporta diante da transformação digital,
esse usuário que busca mais serviços, que busca mais comodidade, que pensa
coletivamente.
Talvez a biblioteca digital ainda não esteja pronta para caminhar com a
evolução das ferramentas, mas pensadores e projetores devem ter em mente
que é chegada a hora de transformar a biblioteca digital em uma ferramenta
essencial para a pesquisa, para isso devem acompanhar as tendências e
estarem sempre prontos para aceitarem a evolução.
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Notas:
(1) Maikon Linhaus. É graduando em Desenho Industrial (Design em Programação
Visual) pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). É pesquisador pelo
Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ) e faz parte do grupo de pesquisas em
informática e tecnologia pelo Laboratório Central de Auto Desenvolvimento (LCAD).
(2) Elias de Oliveira. Possui doutorado em Artificial Intelligence - University of Leeds
(2001). Atualmente é professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Programação
Por Restrições, atuando mais recentemente nos seguintes temas: bibliotecas digitais,
classificação automática de documentos, bibliometria, sistema de informação e gestão
da informação.